Frigorífico condenado por discriminação contra mulher trans

Empresa é condenada após desrespeitar identidade de gênero e impedir empregada trans de usar banheiro feminino no trabalho.

Frigorífico condenado por discriminação contra mulher trans

A decisão judicial contra um frigorífico em Araguari (MG) tornou-se um marco no enfrentamento à discriminação no ambiente de trabalho, destacando a proteção legal às pessoas trans. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a empresa indenizasse uma ex-empregada que foi alvo de tratamento discriminatório durante cinco anos.

O caso expõe violações como a recusa em tratar a funcionária pelo nome social e a proibição de usar banheiros e vestiários femininos, além de condutas vexatórias por parte de colegas e superiores. A sentença reforça a responsabilidade das empresas em promover inclusão e respeito.

Entenda a decisão do TST

A 6ª Turma do TST reafirmou que o não reconhecimento da identidade de gênero configura discriminação grave. Segundo a ministra Kátia Arruda, relatora do caso, o frigorífico demonstrou confusão entre identidade de gênero e orientação sexual, o que enfraquece sua defesa.

Principais pontos da acusação

  • Banheiros femininos: A empregada era impedida de utilizá-los sob o pretexto de insatisfação de outras funcionárias.
  • Nome social: A empresa se recusava a chamá-la pelo nome social durante toda a vigência do contrato.
  • Atividades impróprias: Delegação de funções fora do cargo que exigiam força física, sob justificativas transfóbicas.

A empresa argumentou que mantinha ações de conscientização, porém não conseguiu comprovar práticas inclusivas eficazes. Os materiais de palestra e cartilhas apresentados foram considerados insuficientes pelo tribunal.

Desdobramentos jurídicos e sociais

Essa condenação reafirma a obrigatoriedade de um ambiente laboral livre de qualquer forma de preconceito. Casos como esse destacam a fragilidade das políticas internas de muitas empresas no trato com questões de gênero, demonstrando a necessidade de ações consistentes em respeito aos direitos humanos.

Ademais, a decisão impacta diretamente no reforço à aplicação do artigo 373-A da CLT, que proíbe discriminações no emprego em razão de sexo, identidade de gênero ou orientação sexual. A indenização, cujo valor não foi divulgado, sinaliza às empresas que práticas discriminatórias podem gerar custos financeiros e danos reputacionais expressivos.

Medidas que empresas devem adotar

Para evitar situações semelhantes e garantir uma cultura corporativa inclusiva, é fundamental que instituições priorizem:

  • Treinamento contínuo: Capacitar gestores e colaboradores sobre diversidade e inclusão;
  • Nome social: Assegurar o uso correto em registros internos e no dia a dia;
  • Infraestrutura adequada: Disponibilizar espaços que respeitem a identidade de gênero dos funcionários.

O julgamento evidencia que a inclusão vai além de medidas paliativas e exige transformações estruturais e uma maior empatia em todos os níveis organizacionais. Com este caso, as empresas têm um exemplo robusto do que evitar e um direcionamento claro de como agir para proteger direitos essenciais de seus empregados.

Leia também:


Frigorífico condenado por discriminação contra mulher trans

Redação
Redação jornalística da Elias & Cury Advogados Associados.

Gostaria de falar conosco?

Agende uma consultoria com um advogado via WhatsApp!

Mais de 116 avaliações no Google

Consulte as avaliações, já foi atendido pelo escritório? Conte para nós a sua experiência!

🚨 Cuidado, não caia em GOLPES!

A Elias & Cury Advogados Associados NUNCA solicita pagamento de boletos, pix ou depósitos para liberação de qualquer valor referente a processos, fique atento!

Você pode gostar também

Leia outros artigos

Gravação de celular comprova assédio moral

Gravação de celular comprova assédio moral

Por • Publicado em 23 de dezembro de 2024

Trabalhadora registra assédio moral em áudio e garante indenização por danos morais. Conheça o impacto jurídico do caso.

Leia mais
Trabalhadora discriminada por ser mulher recebe indenização

Trabalhadora discriminada por ser mulher recebe indenização

Por • Publicado em 9 de março de 2025

Trabalhadora vítima de discriminação por ser mulher deve receber R$ 7 mil de indenização, garantindo seus direitos trabalhistas.

Leia mais
Adicional de hora extra: direitos e cálculos

Adicional de hora extra: direitos e cálculos

Por • Publicado em 20 de março de 2025

Saiba tudo sobre o adicional de hora extra, incluindo direitos, regulamentação pela CLT e como calcular corretamente.

Leia mais

Contato

Use os nossos canais de comunicações!

Telefone
+55 11 3771 3100

Endereço
R. Edward Joseph, 122,
CJ 34 – Morumbi – SP







    * Todos os campos são necessários.